segunda-feira, 11 de maio de 2015

De todos os males...

Esperança...

O principal remédio, mas também o pior veneno. O mundo precisa da esperança porque, muitas vezes, ela é tudo o que resta. Sem a crença de que haverá um amanhã melhor, por que viver para esperar por um novo dia?

Mas é essa mesma esperança que, como um veneno, nos mata um pouquinho a cada vez que nos frustramos. Por que estaria ela trancada na famosa caixa que continua dentro de si todos os males do mundo, e por que permaneceu lá, se não fosse ela também um mal, e talvez o maior de todos?

As coisas podem não estar como desejamos, as pessoas podem não ser quem esperamos, mas se há esperança, então nos agarramos a esta crença tola de que ainda pode melhorar e não desistimos daquilo que a muito devia ter sido esquecido. Não fosse a maldita esperança, talvez nem mesmo tivéssemos tentado e dedicado nosso tempo a causas que só tarde demais percebemos que, desde o começo, já estavam perdidas.

Podíamos ter seguido em frente. Podíamos ter tentado outros projetos, outros trabalhos, outras pessoas, não fosse a maldita esperança.

Mas vivemos disso... Esperar...

Esperar que aquela tenha sido a última briga...
Que aquele tenha sido o último deslize...
A última falha...

Mas quando será nosso último suspiro?
Quantas chances atiramos ao vento por nos agarrar à esperança?
Quantas coisas teremos deixado de viver simplesmente por insistir nessa maldita esperança?

A esperança é o que nos move mas, paradoxalmente, também é o que nos prende.

Será que algum dia vamos parar de firmar nosso futuro nesse incerto terreno da espera?

Que não seja tarde demais...