domingo, 6 de janeiro de 2013

H.E.L.P

Eu não gosto de pessoas. 

Fico aflita em lugares cheios, odeio barulho demais, vozes demais. Gente que fala demais me assusta, me irrita, me aflige por completo. Gente que toca em mim sem que eu esteja preparada pra ser tocada também. Interação social é uma tormenta que sempre me deixa cansada, física e, principalmente, mentalmente. Não gosto de sair de casa, não gosto de pessoas vindo na minha casa. Mais de uma pessoa por vez, a menos que eu esteja preparada, já é um exagero. 

Meu primo baby favorito esteve aqui hoje. Ele é apaixonado por mim, e eu por ele. Não saí do quarto para vê-lo porque junto com ele estavam outras pessoas com as quais eu não queria me inteirar.

Não quero ir trabalhar amanhã. Não quero ver pessoas dentro do ônibus, não quero ver pessoas no trabalho. A ideia de precisar sair de casa, na verdade, está me angustiando. A ideia de eu precisar falar com essas pessoas, mais ainda. Não estou pronta pra sair. Não me sinto pronta pra sair.

Não sei o que há comigo. Não sei nem me expressar direito o que sinto. Não consegui me achar hoje. Nada do que eu pensei em fazer hoje foi bem sucedido. Não me animei para absolutamente nada, e continuo sem animação para absolutamente nada. Minha única vontade é ficar dentro de um quarto, longe de tudo e de todos, balançando o corpo e pensando em qualquer coisa sem nenhum sentido. 

O melhor lugar que eu encontro no momento para ficar é dentro da minha própria cabeça, longe de qualquer barulho, longe de qualquer pessoa. Estou tremendo, e as vozes malditas na televisão só estão me deixando ainda mais nervosa. Não estou conseguindo ficar parada e me concentrar em algo aqui fora. Nem mesmo no pc, nem no amor da minha vida falando comigo na janela do lado. Minhas mãos estão dormentes, e é uma sensação muito estranha a de que eu preciso apertá-las o tempo todo. 

Não consigo falar com as pessoas hoje.

Tem uma maldita luz de carro entrando pela fresta do portão que está me incomodando horrivelmente. Quase tanto quanto as vozes da tv, ou talvez mais. Estou parecendo uma maluca, eu sei. Tenho consciência disso. E a maldita luz no portão não apaga.

Apagou. Ao menos isso.

Continuo tremendo. E agora também com vontade de chorar.

Não quero sair de casa amanhã. Posso faltar ao trabalho?! E à vida?!